Aldeia de Santa Margarida

História

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Aldeia de Santa Margarida

De acordo com alguns registos, Aldeia de Santa Margarida terá nascido à volta de um velho castro, em época remota muito anterior à formação de Portugal, existindo mesmo vestígios que parecem justificar a existência de presença humana desde, pelo menos, o tempo dos romanos e dos Lusitanos.

O primitivo nome ter-lhe-á vindo de uma velha família do tempo da ação repovoadora, os irmãos Gosende.

Quando o povoamento definitivo desta freguesia se verifica já o nome primitivo se teria perdido e era conhecida, somente, por aldeia.

Como sucedeu com outras localidades da época do repovoamento, a esta palavra acrescentou-se o nome de um santo. Ora, viveu no século III, perto de Antioquia, cidade turca de grande importância na época, uma jovem muito bonita, de nome Margarida, que foi expulsa de casa por ter aderido ao Cristianismo. Fez-se pastora e mais tarde, por ter mantido a sua convicção, foi martirizada. Assumiu grande popularidade na Europa dando o seu nome a pessoas de todas as categorias sociais e a grande número de localidades.

Foi, pois, mas já numa época mais recente, que o nome desta santa veio completar o atual nome próprio de Aldeia de Santa Margarida.

Isto porque o culto a Santa Margarida, na Península Ibérica, apenas se verifica a partir do século XIV. Tal como aconteceu, de um modo geral em toda a região da velha Egitânia (hoje conhecida por Idanha-a-Velha), a sua população seria muito reduzida, havendo inclusive suspeitas de que a freguesia, durante o século XII, possa mesmo ter chegado a ficar deserta ou quase desabitada.

Embora se desconheça com total certeza qual a verdadeira origem da freguesia de Aldeia de Santa Margarida, supõe-se igualmente que esta possa ter estado ligada à Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida por Ordem dos Templários ou Ordem dos Cavaleiros Templários. De acordo com os diversos relatos históricos existentes, esta ordem de cavalaria teve uma forte influência na região da Beira Baixa durante o período da Reconquista.

Suspeitou-se igualmente que a freguesia fizesse parte da rota dos Caminhos de Santiago de Compostela, uma vez que por cima da porta na fachada da Igreja Matriz virada para o adro se encontra embutida uma concha, símbolo daquele santo. No entanto, e de acordo com algumas informações recolhidas de alguns especialistas neste tipo de património e historiadores, este é um elemento que aparece habitualmente nas igrejas que foram construídas durante o século XVIII e é, tão-somente, um símbolo do Batismo.

Embora algumas marcas se tenham perdido ao longo dos tempos, são vários os vestígios da idade avançada desta localidade que ainda se podem observar ao percorrer as ruas e arredores da aldeia. Na Lajola, que se pensa ser a parte mais antiga da povoação, existiam algumas sepulturas cavadas no granito mas que, hoje, se encontram cobertas com cimento. Na Rua do Reduto existe aquilo que terá sido um castro romano. No quintal anexo terão existido mesmo restos de um contraforte, um poço e uma parede, com toda a probabilidade de ter feito parte do complexo do reduto.

A Igreja Matriz de Aldeia de Santa Margarida, de acordo com uma inscrição cravada numa pedra por cima da porta da entrada principal, é datada de 1708 e foi recentemente restaurada. No campanário da mesma, na fachada que se encontra virada para a estrada, pode-se ver uma pedra que se pensa ser de origem romana. Devido à ação da hera, que durante muitos anos cobriu esta pedra, as inscrições estão, nos dias de hoje, praticamente ilegíveis. Na outra parede está ainda instalada uma das várias fontes distribuídas por diversas ruas da freguesia.

Conhecida como terra dos Fogueteiros, por aqui (há vários anos) se ter instalado uma fábrica de fogo-de-artifício, Aldeia de Santa Margarida celebra a noite de natal, de um modo peculiar. À saída da missa do galo, em torno do madeiro, toda a população se junta para ver subir o balão de ar quente, e o fogo-de-artifício, festejos estes organizados pelos rapazes que nesse ano vão à inspeção, ou quando não existam, por voluntários.

Terra de emigrantes, esta pequena aldeia vê os seus filhos regressarem na altura do Natal, Páscoa e no mês de Agosto.

Detentora não só de um centro de dia, um moderno jardim público, ao percorrermos as suas ruas, encontramos bonitas casas de construção granítica e alpendradas, bem como ruas ornamentadas com lindíssimas flores naturais que lhe conferem uma riqueza e uma presença harmoniosa.

PERSONAGENS HISTÓRICAS E ILUSTRES

Manuel Marcelo Curto Embaixador na antiga U.R.S.S.

- Dr. Francisco Marcelo Curto : escritor, advogado e político ligado á fundação do Partido Socialista. Foi deputado na Assembleia da República entre 1975 e 1987. Pertenceu ao governo constitucional, primeiro como secretário de Estado do trabalho e ocupando de seguida o cargo de Ministro do Trabalho no governo presidido pelo Dr. Mário Soares.

Dr. Francisco Rolão Preto : foi um dos fundadores do Integralismo Lusitano e líder do Movimento Nacional-Sindicalista. Devido às duras críticas tecidas ao regime de Salazar nas décadas de 50/60, foi exilado por diversas vezes, uma das quais em Aldeia de Santa Margarida.

- Francisco António Cândido : Cónego português que durante muitos anos participou nas missões em África. Faleceu, segundo consta, na década de 1960 e foi sepultado juntamente com o seu irmão, António Francisco Cândido, no cemitério de Aldeia de Santa Margarida.

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